Justiça angolana manda fechar templos da Universal após denúncias de bispos

A igreja pentecostal é acusada de fraude e de outras atividades criminosas no país do sudoeste africano. No último ano, quase 300 bispos angolanos da Igreja Universal se afastaram da liderança brasileira, denunciando práticas contrárias à “realidade de Angola e da África” e acusando a igreja de sonegação fiscal.

As denúncias levaram a Procuradoria-geral de Angola a abrir um processo penal contra a igreja em dezembro. O procurador-geral de Angola, Álvaro da Silva João, anunciou ontem a apreensão de sete templos na capital do país.

“Esta medida foi adotada porque nos autos há indícios suficientes da prática de delitos como associação criminosa, fraude fiscal, exportação ilícita de capitais, abuso de confiança e outros atos ilegais”, afirmou o procurador em um comunicado.

De acordo com o correspondente, a tensão interna dentro das igrejas em Angola teve início em novembro, quando um grupo de bispos e pastores angolanos rompeu com a direção brasileira do bispo Edir Macedo. A tensão aumentou em junho, quando um grupo de ex-membros igreja assumiu o comando de mais de 80 templos na capital Luanda e nas províncias próximas.

Segundo o correspondente da redação portuguesa da RFI em Angola, Francisco Paulo, o conflito teria chegado até o presidente brasileiro Jair Bolsonaro (sem partido). Ele teria pedido ao chefe de Estado angolano, João Lourenço, garantias de proteção aos pastores brasileiros e do patrimônio da Igreja. Lourenço teria prometido um “tratamento adequado” do assunto na justiça.

Os representantes da igreja por enquanto não reagiram ao anúncio da justiça angolana. A igreja já havia negado anteriormente as acusações dos bispos africanos, que chamou de “difamatórias”.

Fonte: Folhapress
Foto: Getty imagens

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