Explosão em Beirute deixa pelo menos 50 mortos e milhares de pessoas feridas

Uma grande explosão nesta terça-feira (4) em Beirute, capital do Líbano, causou pânico e destruição na região portuária. Uma gigantesca coluna de fumaça pôde ser vista de toda a cidade, relataram testemunhas e a mídia local.

O ministro da Saúde, Hamad Hassan, informou a jornalistas do lado de fora de um hospital que pelo menos 50 pessoas morreram em decorrência da explosão. Além disso, o incidente deixou, por enquanto, 2.750 mil feridos, que estão sendo encaminhados para hospitais da cidade.

Os números sofrem atualização em tempo real e tendem a crescer ainda mais de acordo com o andamento do trabalho das autoridades locais. O primeiro-ministro Hamad Hassan confirmou à imprensa local que a expectativa é que o balanço de mortos e feridos suba ao longo do dia.

Diab declarou em rede nacional que o armazém vem recebendo avisos sobre seu perigo desde 2014 sobre. “Eu prometo a você que essa catástrofe não passará sem responsabilidade. As pessoas responsáveis pagarão o preço.”

Os números sofrem atualização em tempo real e tendem a crescer ainda mais de acordo com o andamento do trabalho das autoridades locais. O primeiro-ministro Hamad Hassan confirmou à imprensa local que a expectativa é que o balanço de mortos e feridos suba ao longo do dia.

Diab declarou em rede nacional que o armazém vem recebendo avisos sobre seu perigo desde 2014 sobre. “Eu prometo a você que essa catástrofe não passará sem responsabilidade. As pessoas responsáveis pagarão o preço.”

Segundo a TV estatal, o líder partidário Nizar Najarian, secretário-geral do Partido Kataeb (conhecido como Falanges Libanesas), está entre as vítimas.
Uma fragata brasileira não foi atingida por questão de minutos. Apesar de nenhum militar brasileiro ter ficado ferido, há informações de que a esposa do adido brasileiro estava próxima ao local e foi atingida por estilhaços, informa a colunista do UOL, Carla Araújo.

Mesmo distante do porto, a embaixada do Brasil em Beirute foi danificada pela explosão na capital libanesa e pelo menos a residência de um dos diplomatas está inabitável depois dos acontecimentos. Segundo o colunista Jamil Chade, nenhum funcionário teria sido ferido e, pelo menos por enquanto, não existem relatos de brasileiros em condições críticas.

“Bola de fogo”
Duas fontes de segurança disseram à Reuters que a explosão ocorreu na área portuária que contém armazéns. A explosão abalou várias áreas da capital, quebrando janelas e portas e danificando veículos.

Segundo a emissora local LBC, o ministro da Saúde, Hamad Hassan, disse que havia um “número muito alto” de feridos e uma grande quantidade de danos.

“Vi uma bola de fogo e fumaça subindo sobre Beirute. Pessoas estavam gritando e correndo, sangrando. Sacadas foram arrancadas de edifícios. O vidro dos prédios se partiu e caiu nas ruas”, disse uma testemunha da Reuters.

Outra testemunha disse à agência de notícias que viu uma fumaça cinza pesada perto da área do porto e depois ouviu uma explosão e viu chamas de fogo e fumaça preta: “Todas as janelas do centro da cidade estão quebradas e há feridos andando por aí. É um caos total.”

“Uma aluna comentou que estava sentindo o prédio tremer e começou a gritar, dizendo que havia alguém batendo na porta, tentando empurrar. Quando sai à porta, vi tudo branco”, disse à CNN a professora de ginástica Yasmin Mussalam Al Masri.

Material explosivo
Não há informações oficiais sobre o que causou o incidente, mas imagens divulgadas pelas redes sociais mostram uma explosão de enormes proporções. Emissoras locais informaram que na região do porto ficavam armazéns de fogos de artifício.

A cúpula de segurança geral do Líbano afirmou que a explosão foi causada por chamas em um armazém onde material altamente explosivo estava armazenado — inclusive nitrato de sódio, substância usada para a fabricação de explosivos e fertilizantes. O material havia sido confiscado de um navio.

“Parece que há um armazém contendo materiais confiscados há anos, e parece que eram materiais muito explosivos”, disse o diretor geral da Segurança Geral, Abbas Ibrahim, questionado por jornalistas na área. “Os serviços responsáveis estão realizando a investigação, e dirão qual é a natureza do incidente”, acrescentou.

Atendimentos a feridos
Os jornalistas foram proibidos de acessar a zona, segundo um correspondente da AFP. Em frente ao centro médico de Clémenceau, dezenas de feridos — incluindo crianças, às vezes cobertas de sangue — esperavam para serem admitidos, segundo a agência.

No bairro de Achrafieh, os feridos correm para o Hospital Hôtel Dieu. Segundo a emissora LBCI, pelo menos 500 pessoas procuraram atendimento no local. Os hospitais pedem doação de sangue à população.

“Eu estava a quilômetros. O vidro quebrado estava em todos os lugares ao meu redor”, informou a jornalista Zeina Khodr, repórter a Al Jazeera, segundo o site do canal. “A explosão foi sentida em toda a cidade”, acrescentou.

Luto oficial
O governador da cidade de Beirute, Marwan Aboud, viu a explosão como “um desastre nacional semelhante a Hiroshima”, em referência à cidade japonesa bombardeada no fim da Segunda Guerra Mundial, e disse que “Beirute é uma cidade arrasada, e a escala dos danos é enorme”.

O governo local decretou um dia de luto nacional na quarta-feira, enquanto o presidente convocou uma reunião de emergência do Conselho Superior de Defesa.

Onde fica Beirute?
Beirute, a capital do Líbano, tem cerca de 360 mil habitantes e fica no litoral do mar Mediterrâneo. O país, por sua vez, faz fronteira com Israel (ao sul) e com a Síria (ao leste e ao norte).

Militares brasileiros no litoral do Líbano
A Marinha do Brasil possui uma embarcação no litoral do Líbano, mas que estava distante da capital Beirute. Segundo informou a própria Marinha, a fragata independência está operando normalmente no mar, “distante do local da explosão”.

A Marinha do Brasil (MB) informa, com relação à explosão ocorrida em Beirute, hoje, que todos os militares componentes da Força Tarefa Marítima (Unifil) da MB estão bem e não há feridos”, informa nota oficial da Marinha. “A Fragata Independência encontra-se operando no mar, normalmente. O navio estava distante do local onde ocorreu a explosão. Outras informações serão passadas tempestivamente.”

Repercussão internacional
Nos Estados Unidos, a Casa Branca monitora os desdobramentos do caso. O Pentágono, por sua vez, informou estar “ciente da explosão”. “Estamos preocupados com a potencial perda de vidas devido a uma explosão tão grande.”

Porta-voz da ONU, Farhan Haq disse a repórteres que não ficou claro imediatamente qual era a causa da explosão e que não havia indicação de feridos entre os funcionários da ONU na cidade.

“Não temos informações sobre o que aconteceu com precisão, o que causou isso, seja um ato acidental ou causado pelo homem”, disse.

Agências informam que a explosão pôde ser percebida nas cidades de Nicósia, Limassol e Larnaca, no Chipre, a mais de 200 km.

Momento de crise
O Líbano atravessa sua pior crise econômica em décadas, marcada por depreciação monetária sem precedentes, hiperinflação, demissões em massa e restrições bancárias drásticas, que alimentam há vários meses o descontentamento social.

Há uma semana, após meses de relativa calma, Israel disse que frustrou um ataque “terrorista” e abriu fogo contra homens que cruzaram a “Linha Azul” entre o Líbano e Israel.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, atribuiu a infiltração ao Hezbollah, um movimento armado pró-iraniano muito influente no sul do Líbano e que o Estado judeu considera como seu inimigo.

Acusado de “brincar com fogo”, o Hezbollah negou qualquer envolvimento.

Em 14 de fevereiro de 2005, um atentado com uma caminhonete carregada de explosivos atingiu o comboio de Rafik Hariri, matando-o com outras 21 pessoas e ferindo mais de 200. A explosão causou chamas de vários metros de altura, quebrando as janelas dos prédios em um raio de meio quilômetro.

Na sexta-feira, o Tribunal Especial do Líbano (STL), com sede na Holanda, deve emitir seu veredicto no julgamento de quatro homens, todos suspeitos de serem membros do poderoso movimento libanês Hezbollah, acusado de participar do assassinato de Hariri. Ainda não há informações, no entanto, de eventual ligação do julgamento com a explosão de hoje.

*Com informações de AFP, Reuters e Ansa

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